Alada, quis pisar a estrada,
Sentir de novo como seria, nos teus braços, tornar-me a tua amada. À Luz mãe pedi. Breve tempo? Acedi... tudo por ti, só por ti...
O portal do tempo abri e, minha chama gémea, como te senti...
No verso à lua, na dança junto ao mar, na minha alma nua. Na estrela tatuada no meu peito, sinal de que sou só tua.
Ainda de Luz azul iluminada, sentei-me, parei a rota traçada, sedenta de ti amor...
Mas bebi apenas a tua ausência, que me anulou da aura a cor.
Aura de mulher que a ser anjo renunciou, te sonhou, inventou, desejou... procurou...
Tanto... que te encontrou...
Minha paz, minha espada, minha força, minha batalha, minha lei...
Meu tudo, meu nada, meu servo, meu rei, meu amo, meu senhor... meu amor.
E de cabelos de mar traçando rotas impensadas... por ti orei... chamei...
Às fases lunares perguntei.
A maresia questionei... nos olhos da noite te procurei.
No meu corpo, dormente, de ti carente, tantas vezes te abracei.
A resposta veio no vento... mensageiro do meu desalento...
De mim não desistias, o meu olhar reconhecias...
Porém as minhas manhãs continuariam desérticas e frias.
Era a outra que delícias murmurarias.
Era noutro ventre que viajarias...
Era sobre outros seios que adormecerias.
Os olhos fechei, amada... porém só na caminhada.
Não... não escondo o sal da minha dor.
Sabes...
Anjo também ama, também cai, também despe as asas e também chora por amor...
(...)
Nina... há tanto tempo...