quarta-feira, setembro 05, 2007

DESPEDIDA (Texto muito antigo)



DESPEDIDA

Ni*



Venho dizer-te adeus... isso foi-me permitido pela estrela-mãe,
pelos mestres de Luz Azul dos eternos céus!
Afinal não se zangaram... tão puro o meu sentir acharam!
Chamaram-me criança por te ter querido, mesmo à distância...
sem pensar que não havia esperança!


Viram nos meus olhos ausência de malícia,
Leram na minha alma que só te queria dar o que melhor sei fazer... AMAR!
Acreditaram que de longe o faria, que não te queria assustar!
E o meu Arcanjo do meu lado ficou e testemunhou essa verdade com perícia.
Ele conhece-me... tocou-me a aura...
olhou a minha luz e nunca duvidou!


Devolveram-me as azuis asas... secaram aquela lágrima rebelde
que vem sempre espreitar, quando de ti se está a falar.
Enfeitaram-me os cabelos com o luar e disseram-me :

«- Vai... vai-lhe contar!
Diz-lhe a senha do teu sonho... ele já não irá duvidar!
Só lhe fará bem... aprenderá a aceitar... e da verdade a não mais desconfiar!»


E voltei por um tempo limitado... não para ficar ao teu lado,
Mas para te dizer que foi pena termos passado um pelo outro em direcções opostas!
Tantas palavras por dizer, gestos por fazer...
perguntas sem respostas!
Bastava teres em mim acreditado... o sentir não ter negado...
E eu ficaria a sorrir-te e a ver-te... sem mais nada falar...
Anjo de estrela azul sabe um acordo respeitar!


Aproveita minha alma afim... eu não estarei cá...
mas serei feliz com a tua felicidade...
sou mesmo assim!
E na longa madrugada...
lembra-te da voz calada, que não te pediu nada.
Recorda-te de mim com carinho, com ternura, com alegria...
Não deixes a tua alma ficar fria!
E vive intensamente esta vida onde não havia lugar para mim!

Ni*... quando o tempo ainda não sabia que o era... há tantas, tantas luas...

O MEU TEMPO CHEGOU AO FIM (Texto muito antigo)


O MEU TEMPO CHEGOU AO FIM...

Ni*


Pedi à LUZ um terrestre e humano tempo...
Sob juramento de regressar no preciso instante onde o tempo ía parar...
O meu intento era nesta esfera te procurar.
Pensei que talvez tivesses descido...
as asas também despido... crendo aqui me encontrar!
Perdidos ... desencontrados... incompletos... quebrados...
Estamos os dois fragilizados...
Almas errantes... chamas gémeas distantes...
enquanto separados!
Procurei-te nas neves, nas areias, nos olhares,
nas marés vazias e cheias, nos gestos , nos odores,
nas carícias , nos sabores...
E não te encontrei!
Procurei-te nas canções, nos poemas, nas ilusões,
nos corpos suados... pelo amor salgados... pela ternura adocicados...
E não te achei!
O meu tempo aqui acabou... mas de ti nunca vou desistir...
Mais vidas, mais caminhos, mais portais,
mais luas e sóis hão-de vir!
Mais e mais... diferentes...
só na esperança do reencontro iguais!


O meu tempo chegou ao fim... mas não o meu amor por ti...
Que preservo como a pureza desenhada e gravada...
em mandala dentro de mim!


Nina... escrito num tempo sem memória do que é o tempo. Foi há muito... isso eu sei.

PASSOS DE ANJO (Texto muito antigo)






Passos de Anjo


Ni*

Surgi da Luz e mergulhei na ausência.
Eu assim o quis.

Foi escolha. Foi decisão.
Por Amor,
vida que procura a metade,
a eternidade no pedaço que tens do meu coração.
Passos de Anjo, que acendem em fogo e Luz o caminho...
Trilhado sozinho...
Iluminaram-me o destino até ti.
Reflexos de nós guardavas nos teus olhos.

Eu sei. Eu senti. Eu vi.
Vi o abraço embalado,
como imagem de um passado ultrapassado.
Vi a mão que afagava, que apertava a minha,
desviar-se, negar-se...
Impedir o voo de andorinha.

Ah meu anjo, quem te ensinou a fugir da verdade?
Quem te obrigou a negar que de mim sentes saudade?
Quem te aprisionou o sentir?
Quem te cegou a emoção?
Quem te apagou do querer-me o sim
e o substituiu por um gélido não?
Os meus passos de anjo levam-me de volta,
o portal não espera.
Foste ilusão, sonho, esperança, quimera...
E hoje...
És o horizonte perdido, sem lua, sem madrugada, sem nada.
Hoje...
Regresso a casa...
Onde guardo, no tempo suspenso, a tua metade de asa.



Nina.... ao longo do tempo... há tanto... tanto tempo.